quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Praias de pedras

Confesso que fiquei deslumbrada com o fato de ver um outro oceano. Eu já me imaginei cruzando o Atlântico, mas nunca tive vontade de ir pras bandas do pacífico.
E de repente, lá estava eu, de cara com outro mar, de outras texturas de praias, de outros pássaros e outros ventos...
Pacífico Sul.

Eu me senti ainda menor, do que o ser pequeno que sempre se apresenta diante do mar das minhas praias. Sempre achei o Atlântico tão magestoso.
Que fazer então diante de outro mar, tão imenso e misterioso?
reverenciar?

Pois o respeito foi grande, e as descobertas de cores, cheiros e formas também...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Um trânsito 'animal'

O taxi parou na calçada, entrei. O motorista então, sem prestar muita atenção na via, saiu da direita bruscamente, foi para a esquerda e fez uma conversão super perigosa. Só escutei a voz de outro motorista, com sotaque castelhano, gritando ' animal' , desviando irritado.
Foi só mais um susto no trânsito de Lima.
Uma frota grande de carros velhos, ruas sem demarcação de faixas, muitos motoristas que não sabem pra que servem os sinalizadores...
Lima tem um trânsito caótico. Fiquei nervosa andando a pé, com medo de ser atropelada e também de taxi, nas constantes idas e vindas de Miraflores para o resto da cidade.
Para quem está pensando em conhecer Lima, se liga nos custos de taxi...
Do aeroporto para Miraflores, 20 dólares (60 soles - moeda local - dezembro de 2008). Mas de Miraflores para o aeroporto, economia ( 30 soles). É difícil negociar no aeroporto. Os taxistas de lá querem mais é explorar turista.
Já de Miraflores para o centro histórico de Lima ( 20 soles). E dentro de Miraflores, pra cima e pra baixo, não mais que 5 soles. Um dólar estava cotado a três soles.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Um parque de amor


Uma escultura de um casal se beijando ardentemente no meio de um parque. Quer algo mais romântico?
Lima, Miraflores, Parque del Amor...

Sim, aqui é permitido namorar, com beijos à vontade, porque tudo sugere romance.
E quem está sozinho, se sente a mais infeliz das criaturas....
De frente para o Pacífico, rodeado de mosaicos coloridos e com poemas românticos. Florido e bem cuidado. Um lugar encantador na capital peruana.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Riqueza de sabores


Nos onze anos como repórter em cidades e estados diferentes (Cuiabá - MT; Campo Grande, Ponta Porã e Dourados - MS; Petrolina- PE, Juazeiro, Feira de Santana, Ilhéus e Itabuna -BA e a breve passagem por Salvador e Rio de Janeiro), sempre percebi que a alma de um lugar está nas comidas e na sua gente, no povo que labuta nas ruas.

Que lugar melhor que as feiras livres ou os mercados municipais, como oportunidade de conhecer realmente como vive o povo daquele lugar?

Se o negócio é sair do roteiro turístico, o mercado municipal de Lima, para conhecer frutas diferentes, sabores diferentes e ver sua gente de perto é a melhor opção.

Sim, no Brasil estranhei cheiros e formas, imagine numa terra estranha?

Provei e aprovei: suco de milho roxo (chicha morada), milho de grãos enormes (choclos), ceviche (frutos do mar, marinados no limão e bem temperados), melão mirim de cor bem alaranjada (bonito mas sem graça), o primo doce do maracujá (a granadija), fruto de cactus - pitaia (bem tenro, mas cheio de sementes em sua polpa). Nos restaurantes provei carnes diferentes (com ervas e ingredientes apimentados), e purês de papas (batatas) com temperos e cores variadas também. Enfim... uma festa de sabores. Gostei da culinária peruana. É rica e criativa.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mira as flores





Lima também é moderna, é bonita, é feita pra turismo. O Distrito de Miraflores é uma síntese do quanto a capital peruana tem sido preparada para receber o olhar estrangeiro e impressionar.














Um lugar limpo, cheio de policiais (teoricamente seguro, nessa megametrópole com mais de 8 milhões de habitantes), com prédios modernos, parques, cassinos e shoppings.


Gente bonita, bem vestida, restaurantes que oferecem as iguarias peruanas com qualidade e bom gosto. No detalhe, um ceviche, prato típico, que pode ser encontrado em todos os lugares da capital, mas que em Miraflores ganha requinte no Restaurante Tanta.




Claro que tudo isso tem um preço. Os hotéis em Miraflores não são baratos. Os mais em conta ficam em torno de 90, 100 dólares a diária, mas oferecem apenas o básico.




Miraflores me deixou fascinada com o colorido, lojas abertas até tarde, muitas delas oferecendo artesanato de qualidade (a artesania peruana é bela). Também gostei de ver flores e jardins bem cuidados nessa cidade sem chuva.




Mas Miraflores é para poucos peruanos, uma elite trafega e mora por ali.




quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Lima do histórico e do antigo



A capital do Peru é uma viagem ao passado. A cidade de 'los reyes' ainda guarda riquezas e tesouros. A presença espanhola em todo o centro de Lima é marcante.
Nos prédios, igrejas, monumentos, museus, muito se faz referência aos colonizadores.
Em 1988 ela foi reconhecida Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO e não sem motivo.
Há, ainda no centro histórico, o Parque de La Muralha, onde pode-se ver ruínas de períodos pré-colombianos, outra raridade da capital peruana.Ir a Lima é uma aula de como os espanhóis agiram ao chegar nas Américas. Uma aula viva!!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A cidade sem telhados


Lima quase não vê chuva, as casas, em sua maioria, são sem reboco nas laterais e sem telhados ou coberturas além de uma simples laje. O olhar estrangeiro se pergunta, ao pisar naquela cidade, porque tantas casas parecem inacabadas?
Se não chove, então pra que se preocupar com telhados, calhas e coberturas que sirvam para escoar água?
Sim, a cidade sem telhados tem lógica, mas, esteticamente, tudo parece sem harmonia.
Imagine prédios construídos com esmero em sua fachada, mas que ainda têm ferros e colunas à vista nas coberturas? e esses terraços por terminar predominam em toda a parte moderna da cidade. Ah olhar de fotógrafa, que busca a harmonia... mas o que é a harmonia senão um costume estético? tudo muito questionável, em mim...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Cinza, névoa e poeira


Nunca tinha visto um lugar que quase nunca chove. E me surpreendi com a densa névoa e o tom de cinza que tem a capital do Peru.
A chuva tem seus encantos e um deles é limpar o ambiente e realçar as cores.
Em Lima, as casas têm uma grossa camada de poeira nos vidros, nas paredes. Não vi paredes brancas, vi paredes amarronzadas pela sujeira acumulada.

Na última manhã naquele país, uma frente fria. Tudo estava coberto com pingos de água, que me lembraram orvalho. Mas não era. Os funcionários do hotel disseram que tinha muito tempo que não chovia essas pequenas gotas. Fiquei feliz. Choveu onde quase nunca chove e eu vi! Que a água limpe um pouco desse ar daqui...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Meu olhar estrangeiro


Vi tanta areia, andei...
Eu já viajei muito pelo Brasil, morei em quatro estados diferentes, em onze cidades, e como fui repórter em oito diferentes regiões, conheci trocentas cidades em viagens para fazer reportagens. Até pouco tempo, eu não tinha muita vontade de por os pés lá fora.
Quando morei em Cuiabá, fui à Bolívia. Vi a pobreza dos arredores de San Mathias. E quando morei em Mato Grosso do Sul, em Dourados e em Ponta Porã, vivia com um pé no Paraguai. Mas essas saidinhas do Brasil não foram consideradas como viagens ao exterior. E não foram mesmo, porque não vivenciei a cultura dos paraguaios nem tampouco dos bolivianos, apesar de ter ficado um mês em um hotel onde todos só falavam castelhano e guarani.

Mas agora foi diferente. Lima, no Peru, foi uma revelação aos meus olhos estrangeiros, de uma América do Sul da qual faço parte e ao mesmo tempo tenho pouca ou quase nenhuma identificação.
E Cuba, no Caribe, com seu regime único e resistente ao capitalismo mundial, foi surpreendente.

Por isso senti necessidade de criar esse espaço de registro. Dos meus caminhos e destinos com esse meu olhar estrangeiro.