Fui de Buenos Aires para o Uruguay de automóvel, mas usando o Ferryboat, da empresa Buquebus, para travessia, saindo de Buenos Aires quase à meia noite. Por pessoa, 127 pesos argentinos. O carro custou 290 pesos (atualmente 150 reais, perto de 80 dólares).
A viagem é muito tranquila, nem parece que estamos em uma embarcação. O Eladia Isabel (nome do barco), é enorme, muito bem estruturado, com serviço 'de primeira', ele nem balança nas águas del Estuario del Plata, no Rio de la Plata.
Comecei minha exploração do Uruguay por Colônia de Sacramento. Acho que nao tinha lugar mais lindo para começar. Colônia é uma cidade histórica, patrimônio da humanidade. Linda, pequena, preservada, com suas casinhas do século XVII, intactas, coisa rara.
Quando foi criada, pelos portugueses, era a única vila de origem portuguesa por estas bandas castelhanas. E foi palco de lutas e batalhas, porque os espanhóis, com razão, reinvindicavam sua área, em cumprimento ao Tratado de Tordesilhas.
Já em Colônia, pelo avançado do horário, estava tudo muito deserto e foi possível fazer uma viagem no tempo, percorrer as ruas de pedras, com suas valas fundas para escoamento de água, imaginando que a qualquer momento vamos ver algum português a gritar de alguma janela.
Na volta, de carro, passei por San José, a 60 km de Montevideo, depois almocei em Trinidad, e por fim, jantei e dormi em Paysandu, na fronteira, porque a fila para passar para a Argentina estava de doer. Era dia 14, fim de vacaciones. Todo mundo resolveu voltar àquele horário.
Então foi melhor relaxar e ver cenas diferentes, como um ritual de santeria nas margens do rio, ou crianças que brincavam, burlando a segurança do lugar,
ou cenas do cotidiano pelos arredores,
e finalizar o dia tomando uma cerveja e de quebra, assistindo a um vento frio e rápido, que tomou conta do lugar por alguns minutos. Para mim, que só conheço brisa de praia, confesso que deu medo.
Na volta, pela estrada, uma cena que nunca tinha visto: helicópteros desarmados, sendo carregados em uma carroceria. Ah, são muitos os pedágios dentro do Uruguay. Custam algo em torno de seis reais cada, ou três dólares. Sao cinco na viagem de Colônia para Montevídeo e de lá para Argentina por Paysandu. E na ponte, um deles, mais caro um pouco, 20 pesos argentinos, algo em torno de cinco dólares. Mas vale a pena, estradas bem sinalizadas, sem burracos e com placas que indicam ajuda mecânica, caso precisemos, além, claro, de ajuda de carros de polícia caminhoneira (rodoviária), que atende já em ambulância.
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