quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Em terras portenhas


Depois de mais de dez anos de planejamento, cá estou eu, em terras portenhas... Cheguei em Buenos Aires e nada me foi surpresa, pelo tanto que lia, que investigava sobre a cidade. Mas confesso que as sensações e prazeres tem sido maiores e melhores.



A primeira visita, seguindo o roteiro que amigos como Indaiara, Sodake e Juliana me indicaram, foi o Café Tortonni... para conhecer e sentir o clima do lugar. Belas luminárias, móveis antigos, muitos quadros, gravuras, peças de arte espalhadas, uma viagem no tempo, pela diversidade de objetos antigos, bem conservados e um café gostoso para acompanhar. Gente nas mesas, a maior parte turistas e pessoas exóticas, interessante de ver. Mas percebi que só iria uma única vez àquele lugar.



Já na primeira noite, no bairro de La Boca, no restaurante El Obrero, o clima de adoração ao Maradona, o barulho das pessoas, os risos, tudo me levou a crer que cheguei a uma cidade que tem vida.
Dia seguinte, caminhei muito. Conheci a Calle Florida, com suas lojas maravilhosas, suas livrarias, em especial O Ateneu, linda, farta de boas obras e de espaços interessantes. Assisti a uma apresentação de uma banda de San Telmo, que neste dia se apresentava na Florida. O grupo mistura jazz e regaae, se chama Jamaicadeiros, muito bom, e mesmo ali, no meio da rua, o som era de muita qualidade, com diversos instrumentos de sopro, bateria, baixo... um dos caras tocava dois instrumentos ao mesmo tempo, todos dançavam, muito legal. Comprei o cd Pequeñas imperfecciones e achei perfeitinho! Só não encontrei nada no YOUTUBE para anexar aqui...pena.

Fui à Plaza de Mayo, fiquei por 40 minutos sentada na escadaria da catedral metropolitana, só observando o ritmo de vida, as pessoas, os turistas, os taxistas e a sua pressa, natural em qualquer cidade. Depois fui fazer turismo, e as fotos onde estou toda torta, ou com rosto muito à frente... isso que dá fazer viagem sozinha. Mas aprendi que preciso andar só para não ficar parada.


No terceiro dia saí a caminhar e fui para Galeria Pacífico. Conheci o Centro Cultural Borges... (é uma homenagem a Jorge Luis Borges, grande poeta, escritor, mas como seria complicado colocar o nome dele, pois já morreu e sua viúva reivindica tudo o que se refere a ele, então ficou só Borges, mas não qualquer Borges...). Vi muitas exposições, é uma galeria muito rica, com materiais em audiovisual, fotografias.
Depois fui a Plaza San Martin. Como os castelhanos cultuam seus heróis. E eu, brasileira de uma geração sem memória, me sinto orfã de heróis.

O tempo, na plaza, tem outro ritmo. Adoro ver gente deitada, lendo, ouvindo música, namorando, conversando, vendo a vida passar... todos desfrutando da praça. Na Bahia não há este hábito, talvez por isso não há amor e cuidado com tais espaços públicos.

No quarto dia saí a caminhar pela Calle Uruguay. Há muitas lojas mais em conta que na Florida, e muita coisa bonita também para ver. Depois segui pela Calle Marcelo T. D´Alvear, nos dois sentidos e fui parar no centro financeiro da cidade.
Depois segui ao contrário, para conhecer a UBA (Universidade de Buenos Aires). Confesso que fiquei meio frustrada. O prédio de Ciências Sociais é bem maltratado. E o programa de doutorado nao é específico em periodismo. Lá estou eu, predestinada a ir a outro país para ver uma universidade que me identifique...


A cada dia escolhia uma Calle ou duas, para conhecer completamente e como Buenos Aires é toda dividida por quadras, planejada, quase toda ela plana, andamos horas numa mesma rua, cruzando a cidade de norte a sul, leste a oeste. Percorri a Calle Gral. Juan Domingo Perón, onde estive hospedada e a Av. Corrientes, onde há muitas tiendas de livros usados, uma maravilha.

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